terça-feira, 8 de março de 2011

Sonho.Não sei quem sou.

Sonho. Não sei quem sou neste momento.
Durmo sentindo-me. Na hora calma
Meu pensamento esquece o pensamento,

Minha alma não tem alma.

Se existo é um erro eu o saber. Se acordo
Parece que erro. Sinto que não sei.
Nada quero nem tenho nem recordo.

Não tenho ser nem lei.

Lapso da consciência entre ilusões,
Fantasmas me limitam e me contêm.
Dorme insciente de alheios corações,

Coração de ninguém.


Fernando Pessoa.

Um comentário:

  1. Nosso ser é tão confuso, né? Na busca incessante de ser um ser notável, nos cansamos de nós mesmos, chegando a conclusões estranhas e muitas vezes tristes.

    Eu me sinto como esta poesia, me assisto como se não fosse eu, muitas vezes.


    Saudades de falar com você!
    Beijos Sá.

    ResponderExcluir