sexta-feira, 16 de novembro de 2012

' I Have Forgiven Jesus.


Monday - humiliation
Tuesday - suffocation
Wednesday - condescension
Thursday - is pathetic
By Friday life has killed me
By Friday life has killed me 
...

sábado, 10 de novembro de 2012

Bem no fundo.

No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela – silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.

Leminski.

domingo, 16 de setembro de 2012

' Wish You Were Here.


...How I wish, how I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears
Wish you were here.

domingo, 2 de setembro de 2012

Amor, afeto e atenção não se cobram - afinal,  só são válidos se forem espontâneos! 

domingo, 5 de agosto de 2012

Estou cansada. 
Cansada de admirar, agradar, exaltar suas qualidades. 
É nítido e qualquer um pode ver.
A recíproca sempre é contrária. Não deveria, mas é. 
Uma sequencia completamente angustiante. 
E lá no fundo, a minha (ingênua) esperança de que pode ser diferente.
Há de ser diferente. 
Não dessa vez. 
O final, infelizmente eu sei de cor. É tudo muito repetitivo. 
Sempre a mesma história, a mesma desculpa, a mesma fala. 
Por favor, não precisa gastar seu precioso tempo para me dizer tudo aquilo que eu já sei, tudo aquilo que todos dizem.
Eu não estou pedindo muito. Só um pouco menos de indiferença.
Eu não estou mais cansada. 
E sim, exausta.
Não precisa vir
Se não for pra ficar
Pelo menos uma noite
E três semanas ♫♪

' What Am I To You?

 ...
But tell me, darlin', true
What am I to you?                                                                                                    

domingo, 29 de julho de 2012

Profunda.

Eu não me acho profunda – eu sou profunda. 

Devido às maquinações constantes da minha cabecinha, ao longo do tempo acumulei milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, sou capaz de reconsiderar toda a minha existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de minha alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de mim uma pessoa fácil de se conviver. 

Aliás, desperto até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente, não conseguem entender. 

(adaptado).

domingo, 15 de julho de 2012

' Felicidade.

...
Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar
Nessa hora fique firme, pois tudo isso logo vai passar
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.


domingo, 8 de julho de 2012


    Cai amplo o frio e eu durmo na tardança
    De adormecer.
    Sou, sem lar, nem conforto, nem esperança,
    Nem desejo de os ter.
    E um choro por meu ser me inunda
    A imaginação.
    Saudade vaga, anônima, profunda,
    Náusea da indecisão.
    Frio do Inverno duro, não te tira
    Agasalho ou amor.
    Dentro em meus ossos teu tremor delira.
    Cessa, seja eu quem for!

    Fernando Pessoa, 19-1-1931.

domingo, 3 de junho de 2012


    Tenho esperança ? Não tenho.
    Tenho vontade de a ter?
    Não sei. Ignoro a que venho,
    Quero dormir e esquecer.
    Se houvesse um bálsamo da alma,
    Que a fizesse sossegar,
    Cair numa qualquer calma
    Em que, sem sequer pensar,


    Pudesse ser toda a vida,
    Pensar todo o pensamento -
    Então [...]


    • Fernando Pessoa, 11-12-1933.

    domingo, 27 de maio de 2012

    ' Faça Desse Drama.


    ...Onde a curva do amor findar
    Corte que não quer fechar
    Ande onde a onda te levar
    Se naufragou, faça disso a hora de recomeçar
    Para conviver com a dor
    Para a dor também saber passar
    Se já passou, dê sorriso à cara
    E vá embora...


    quinta-feira, 24 de maio de 2012

    ...


    Esperam muito da vida e às vezes se aborrecem com coisas que parecem ótimas para a maioria dos mortais. A única coisa que eles sabem que não sabem, é lidar com as frustrações.


    ...e se irritam quando dão de cara com os próprios limites. 

    domingo, 15 de abril de 2012

    'Sick Cycle Carousel.

    ...I never thought I'd end up here
    Never thought I'd be standing where I am
    I guess I kind of thought it would be easier than this
    I guess I was wrong
    Now one more time...

    domingo, 18 de março de 2012

    ''

    ...
    Quando não há compaixão
    Ou mesmo um gesto de ajuda
    O que pensar da vida
    E daqueles que sabemos que amamos ? ''



    L'avventura - Legião Urbana.

    domingo, 11 de março de 2012

    Esta velha angústia.

    Esta velha angústia,
    Esta angústia que trago há séculos em mim,
    Transbordou da vasilha,
    Em lágrimas, em grandes imaginações,
    Em sonhos em estilo de pesadelo sem terror,
    Em grandes emoções súbitas sem sentido nenhum.

    Transbordou.
    Mal sei como conduzir-me na vida
    Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma!
    Se ao menos endoidecesse deveras!
    Mas não: é este estar entre,
    Este quase,
    Este poder ser que...,
    Isto.

    Um internado num manicômio é, ao menos, alguém,
    Eu sou um internado num manicômio sem manicômio.
    Estou doido a frio,
    Estou lúcido e louco,
    Estou alheio a tudo e igual a todos:
    Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura
    Porque não são sonhos.
    Estou assim...
    ...
    Álvaro de Campos.

    segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

    ' I walk alone...

    ...My shadow's the only one that walks beside me
    My shallow heart's the only thing that's beating
    Sometimes I wish someone out there will find me
    'til then I walk alone!

    sábado, 18 de fevereiro de 2012

    ' Beautiful World.

    It's a beautiful world we live in
    A sweet romantic place
    Beautiful people everywhere
    The way they show they care
    Makes me want to say
    It's a beautiful world
    Oh a beautiful world
    For you

    It's a wonderful time to be here
    It's nice to be alive
    Wonderful people everywhere
    The way they come they're here
    Makes me want to say
    It's a wonderful place
    Oh what a wonderful place
    For you 
    NOT ME.
    R.A.T.M

    quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

    ' Tomara.

    ...

    Tomara
    Que a tristeza te convença
    Que a saudade não compensa
    E que a ausência não dá paz
    E o verdadeiro amor de quem se ama
    Tece a mesma antiga trama
    Que não se desfaz.
    Vinicius de Moraes. 

    domingo, 1 de janeiro de 2012

    Ele.

    ...


    Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
    Não sei se sinto de mais ou de menos, não sei
    Se me falta escrúpulo espiritual, ponto-de-apoio na inteligência,
    Consangüinidade com o mistério das coisas, choque
    Aos contatos, sangue sob golpes, estremeção aos ruídos,
    Ou se há outra significação para isto mais cômoda e feliz.

    Seja o que for, era melhor não ter nascido,
    Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
    A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
    A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
    Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
    E ir ser selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos,
    Entre tombos, e perigos e ausência de amanhãs,
    E tudo isto devia ser qualquer outra coisa mais parecida com o que eu penso,
    Com o que eu penso ou sinto, que eu nem sei qual é, ó vida.

    Cruzo os braços sobre a mesa, ponho a cabeça sobre os braços, 
    É preciso querer chorar, mas não sei ir buscar as lágrimas...
    Por mais que me esforce por ter uma grande pena de mim, não choro, 
    Tenho a alma rachada sob o indicador curvo que lhe toca...
    Que há de ser de mim? Que há de ser de mim?

    Correram o bobo a chicote do palácio, sem razão,
    Fizeram o mendigo levantar-se do degrau onde caíra.
    Bateram na criança abandonada e tiraram-lhe o pão das mãos.
    Oh mágoa imensa do mundo, o que falta é agir...
    Tão decadente, tão decadente, tão decadente...
    Só estou bem quando ouço música, e nem então.
    Jardins do século dezoito antes de 89, 
    Onde estais vós, que eu quero chorar de qualquer maneira?

    Como um bálsamo que não consola senão pela idéia de que é um bálsamo,
    A tarde de hoje e de todos os dias pouco a pouco, monótona, cai.

    Acenderam as luzes, cai a noite, a vida substitui-se.
    Seja de que maneira for, é preciso continuar a viver.
    Arde-me a alma como se fosse uma mão, fisicamente.
    Estou no caminho de todos e esbarram comigo.
    Minha quinta na província,
    Haver menos que um comboio, uma diligência e a decisão de partir entre mim e ti.
    Assim fico, fico... Eu sou o que sempre quer partir,
    E fica sempre, fica sempre, fica sempre,
    Até à morte fica, mesmo que parta, fica, fica, fica...

    Torna-me humano, ó noite, torna-me fraterno e solícito. 
    Só humanitariamente é que se pode viver.
    Só amando os homens, as ações, a banalidade dos trabalhos, 
    Só assim - ai de mim! -, só assim se pode viver.
    Só assim, o noite, e eu nunca poderei ser assim!


    Vi todas as coisas, e maravilhei-me de tudo,
    Mas tudo ou sobrou ou foi pouco - não sei qual - e eu sofri. 
    Vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos, 
    E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse. 
    Amei e odiei como toda gente,
    Mas para toda a gente isso foi normal e instintivo,
    E para mim foi sempre a exceção, o choque, a válvula, o espasmo.

    Vem, ó noite, e apaga-me, vem e afoga-me em ti. 
    Ó carinhosa do Além, senhora do luto infinito, 
    Mágoa externa na Terra, choro silencioso do Mundo. 
    Mãe suave e antiga das emoções sem gesto,
    Irmã mais velha, virgem e triste, das idéias sem nexo, 
    Noiva esperando sempre os nossos propósitos incompletos,
    A direção constantemente abandonada do nosso destino,
    A nossa incerteza pagã sem alegria,
    A nossa fraqueza cristã sem fé,
    O nosso budismo inerte, sem amor pelas coisas nem êxtases,
    A nossa febre, a nossa palidez, a nossa impaciência de fracos,
    A nossa vida, o mãe, a nossa perdida vida...

    Não sei sentir, não sei ser humano, conviver
    De dentro da alma triste com os homens meus irmãos na terra.
    Não sei ser útil mesmo sentindo, ser prático, ser quotidiano, nítido,
    Ter um lugar na vida, ter um destino entre os homens,
    Ter uma obra, uma força, uma vontade, uma horta,
    Unia razão para descansar, uma necessidade de me distrair,
    Uma cousa vinda diretamente da natureza para mim.


    Por isso sê para mim materna, ó noite tranqüila...
    Tu, que tiras o mundo ao mundo, tu que és a paz,
    Tu que não existes, que és só a ausência da luz,
    Tu que não és uma coisa, rim lugar, uma essência, uma vida,
    Penélope da teia, amanhã desfeita, da tua escuridão,
    Circe irreal dos febris, dos angustiados sem causa,
    Vem para mim, ó noite, estende para mim as mãos,
    E sê frescor e alívio, o noite, sobre a minha fronte...
    'Tu, cuja vinda é tão suave que parece um afastamento,
    Cujo fluxo e refluxo de treva, quando a lua bafeja,
    Tem ondas de carinho morto, frio de mares de sonho,
    Brisas de paisagens supostas para a nossa angústia excessiva...
    Tu, palidamente, tu, flébil, tu, liquidamente,
    Aroma de morte entre flores, hálito de febre sobre margens,
    Tu, rainha, tu, castelã, tu, dona pálida, vem...

    Sentir tudo de todas as maneiras,
    Viver tudo de todos os lados,
    Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
    Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
    Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.


    ...


    Trecho de: 
    Passagem das Horas - Álvaro de Campos, 22-5-1916.