A gente passa a vida com medo. Medo de morrer, de ficar tempo demais no emprego errado, de não ter o colo dos amigos quando a gente mais precisa, de não fazer as viagens dos sonhos, de não conseguir comprar a casa própria, de não encontrar alguém para casar e ter filhos.
De todos os medos, o que mais aflige é o de não conseguir amar. Porque vamos combinar: depois de um, dois, três corações partidos, fica fácil pensar que nada vai dar certo, que as relações viram DRs intermináveis que culminam em mágoas quase eternas.
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Quando chega a vida real, ah, ai, não: todo mundo quer o conto de fadas. Quer encontrar no outro a imagem da perfeição, alguém sem um passado que diga muito, alguém que mal tenha um presente (só se for com você) e cujo o futuro esteja inevitavelmente atrelado ao seu e comece a ser planejado imediatamente.
Não, gente, menos! É preciso entender que a gente é a soma de tudo o que viveu, principalmente de tudo o que viveu com outras pessoas. São as histórias de amor que deixam a gente do jeito que é: às vezes mais madura, às vezes mais medrosa, às vezes mais descrente, às vezes mais otimista pra buscar de novo, mas sempre diferente e mais experiente.
O que a gente é hoje é o que importa. A gente faz o que pode - e, na maioria das vezes, é de todo o coração.
Para o fim do ano que se aproxima, eu e 90% da população já começamos a fazer um balanço do que se passou. E cada vez mais acredito que os pedidos clichês são os que a gente realmente necessita: paz, saúde, e amor. Tudo para aguentar os furacões. Afinal, por mais que o medo insista em se instalar, ainda vale mais uma paixão louca do que um coração congelado.
Texto de: Daniela Arrais.
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